"Eu não posso governar o país! Se esse veto for mantido pela Câmara dos Deputados, será impossível governar o Brasil. Impossível!" O desabafo é do presidente Jair Bolsonaro (Ufa! Vai passar...), nesta 5ª feira, referindo-se ao veto dele - derrubado pelo Senado nesta quarta - ao reajuste de salários de servidores públicos brasileiros até o final do ano que vem. Pois é: o veto, explicou o presidente, "vai dar ao Brasil um prejuízo de R$ 120 bilhões". Por isso - frisou -, na saída do Palácio da Alvorada, "é responsabilidade de todos ajudar o país a sair desse buraco". Porém, falta ainda a matéria ser votada na Câmara, onde o veto se mantém com 257 votos.
Com UM voto a menos (256) na Câmara, a votação no Senado não será confirmada. E, para tanto, a equipe econômica já trabalha intensamente para que os deputados garantam o mínimo que o Boçalnaro precisa para o congelamento dos reajustes. E aí o capitão vai precisar mesmo do toma-lá-dá-cá que ele criticou como presidente eleito, e, agora, praticou muito bem com o centrão do senador piauiense Ciro Nogueira, o qual, todavia, não valeu no Senado, apesar dos esforços de aliados bolsonaristas, que acabaram derrotados na votação da 4ª feira. E membros da equipe econômica alegaram que aumentaria em R$ 100 bilhões as despesas da União.
Antes de o projeto ser votado - primeiramente no Senado e, depois, na Cãmara -, quando ainda estava na etapa de discussões, o próprio Boçalnaro chegou a apoiar a ideia de retirada da possibilidade de veto ao reajuste dos servidores, mas, após críticas, recuou e seguiu orientação do ministro Paulo Guedes (da Economia), e, então, vetou esse ponto. Agora, quem se dizia super-homem e não seria derrubado por "uma gripezinha" (e acabou contaminado pelo coronavírus) grita ao mundo que não vai dar conta de governar? Então, sua kriptonita é essa? Que é isso, Clark Kent? Cadê o subsolo mais rico do mundo? Cadê a maior área de terras agricultáveis do mundo? Cadê o maior potencial hidrelétrico do mundo? Aahh! Para aí, ôô! (et)
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