A Justiça Eleitoral brasileira já rejeitou 25.386 fichas de apoio à criação do partido do presidente Jair Bolsonaro (ufa, vai passar), o Aliança pelo Brasil, que precisa de ao menos 492 mil assinaturas a favor da criação, mas, até agora, só conseguiu 15.762, ou seja, 3,2% do necessário. A rejeição foi por 26 motivos diferentes, e cada item pode apresentar mais de uma razão. Os 2 motivos principais foram "eleitor filiado a outro partido" (18.112 fichas) e "unidade da federação diferente da informada no Cadastro Eleitoral" (3.352). As informações são do Tribunal Superior Eleitoral, que trabalha no processo há 9 meses.
O presidente Boçalnaro foi tido como desequilibrado quando, em novembro do ano passado, anunciou que havia requerido ao Tribunal Superior Eleitoral o registro do partido ao qual se filiaria (o Aliança pelo Brasil, nova versão do Arena, Aliança Renovadora Nacional, de ultradireita, que comandou as ditaduras militares pós-64), e que havia pedido para a agremiação o número 38, fácil de lembrar pelo calibre do revólver mais conhecido. O mais grave foi que, no material apresentado para registro no TSE, o nome do partido e o número eram escritos com imagens de cápsulas de armas de fogo (fuzis e revólveres).
No TSE, a Seção de Gerenciamento de Dados Partidários da corte informou que as mais de 25 mil fichas foram rejeitadas por falhas diversas, entre elas a utilização de documentos inclusive de eleitores já falecidos (44 pessoas) e eleitores inexistentes (150). O motivo principal (pessoas filiadas a outros partidos), chegou a 71,3%. Houve ainda casos como de outros 1.284 eleitores que queriam registrar mais de um apoiamento e foram negados. Neste mês, no entanto, o TSE anunciou que está processando ainda quase cem mil fichas.
O partido do Boçalnaro não se registrou a tempo de participar das eleições municipais deste ano (até abril) e terá de se acelerar p'ra o pleito estadual e federal de 22, já que as fichas aprovadas começam a perder validade daqui a pouco mais de ano. Então, dificilmente serão conseguidos os 492 mil registros, mesmo se aos já anotados pelo TSE fossem somados os quase cem mil já em análise. Isto é: então, é muito provável que o capitão precisará, de novo, de pedir registro no TSE. E será bom que largue essa ideia armamentista ao querer registrar seu partido. Todo mundo sabe que a primeira ideia do Mussolini foi armar a população. É coisa própria e intrínseca de ditaduras fascistas. (et)
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