O Tribunal de Contas da União está aguardando informações sobre os gastos do Tesouro Nacional com a determinação presidencial de que as Forças Armadas ajudassem na produção de hidroxicloroquina, que o presidente Jair Bolsonaro (ufa, vai passar) disse estar tomando, ao anunciar que testou positivo para a covid-19. O Laboratório Químico e Farmacêutico do Exército já gastou mais de um milhão e meio de reais para ampliar, em 100 vezes, a produção de cloroquina no Brasil. O Tribunal quer saber se houve superfaturamento nas compras do produto e se houve má aplicação de recursos na produção, até porque sem comprovação científica. O presidente, inclusive, determinou que as Forças Armadas ajudassem na produção.
Na 4ª feira, Boçalnaro voltou a defender o uso da hidroxicloroquina, ao reafirmar que o uso dela ainda vai faze-lo "viver por muito tempo". Em imagens divulgadas em redes sociais, o capitão que era atleta do Exército aparece sorrindo, em uma foto com uma xícara na mão, no Palácio da Alvorada, onde permaneceu desde a noite de 2ª feira, depois dos exames no Hospital das Forças Armadas (Setor Sudoeste de Brasília). Foi quando disse: "Aos que torcem contra a hidroxicloroquina, mas sem apresentar alternativas, lamento dizer que estou muito bem com seu uso e, com a graça de Deus, viverei ainda por muito tempo".
O presidente disse ter atendido a todos, com recursos e outros meios necessários, e citou o pagamento do auxílio emergencial como destaque. Além disso - frisou - "nenhum país do mundo fez como o Brasil. Aqui, preservamos vidas e empregos sem propagar o pânico, que também leva a depressão e mortes. Eu sempre disse que o combate ao vírus não poderia ter um efeito colateral pior que o próprio vírus". Desde o início da pandemia, Boçalnaro teve sintonia com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na defesa do uso da hidroxicloroquina, com azitromicina, como solução para o avanço da covid-190, apesar de nenhum estudo científico, entretanto, confirmar a eficácia dessa associação de remédios.
O Laboratório do Exército firmou quase 20 contratos de compra de cloroquina em pó e outros insumos de fabricação, como papel alumínio e material de impressão, ao custo total de R$ 1.587.549, segundo reportagem do Repórter Brasil, com base no portal de compras do Governo federal. Quase 95% dos gastos foram para a compra de 1.414 kg de cloroquina em pó, sem licitação, como parte das ações de enfrentamento à pandemia, com recursos do Tesouro Nacional repassados ao laboratório pelo Ministério da Defesa. (et)
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