É complicado, diria o poeta! Chega a ser irritante o tanto de vezes que a gente vê (todos dias, e não só uma vez ao dia) absurdos praticados na imprensa, falada e escrita, sobre a correta forma de se expressar na Língua Portuguesa - em especial (mais comuns) concordância verbal, pluralização, uso de preposições, colocação de pronomes, expressões inapropriadas e outras incorreções de intensidade de uso menor, mas não menos agressivas -, principalmente porque a sociedade em geral costuma ter os meios de comunicação como guia de comportasmento, e, também, as camadas mais jovens da sociedade costuma utilizar - e às vezes até absorver - a programação das emissoras de televisão como orientação de aprendizado ou de conduta.
Pois é: a Comunicação Social é assim chamada não só por essas características, mas também - ou principalmente - porque deve ser feita de modo a que a sociedade (os diversos grupos sociais que a compõem) seja o primeiro objetivo da mensagem enviada, e então o recado deve ser direto e captado de imediato, sem expressões que possam dificultar esse entendimento. Ou seja: o que foi falado ou escrito deve ser entendido sem dúvida pelo receptor, seja ele engenheiro, pedreiro, médico, padeiro, general, taxista, aviador, o que for. Daí, a necessidade de a notícia ser o mais claro possível!
P'ra quem já sabe, pode ser chato exemplificar, mas, como a maioria mostra diariamente que não sabe, convém ser repetitivo. Começando com 'também' (falha muito cometida). Exemplo: "O ministro Fulano disse que tal e tal". A seguir, "O ministro também disse tal e tal". Ora, ninguém antes dele disse nada; então, como é que ele 'também disse'? O certo é "o ministro disse também". Não é um erro de Português, mas é uma incorreção. Outra intragável é a negativa errada, que poucos usam corretamente. 'Sequer' é só um comparativo, que nega algo apenas se acompanhado da negativa. Se o sujeito deixou de fazer algo, 'ele não fez sequer (tal)' ou 'ele nem sequer fez (tal)'.
Outra falha comum, que é sim um erro: a troca de alhos por bugalhos. Vejamos: "...a mudança será feita através de portaria". Ai! 'Através' implica atravessar. "O ato foi visto através da janela"; "O gás será enviado através do gasoduto"; Ah! Aí, sim! A troca do sujeito na colocação de preposição é outra terrível. Por exemplo: "O reu foi acusado pelo assassinato do vigia". Ora, o reu é acusado de algo por alguém. Assassinato não acusa... "O reu foi acusado, pelo presidente do inquérito, de assassinato do vigia" Ótimo! Outra: "Ele foi preso pela morte da mulher". Não! A morte não prende ninguém. A Polícia prende...
Concordância é outro bicho-papão da Comunicação Social, especialmente se a situação envolve 2 ou mais verbos. Exemplo: "Os recursos irão para serem aplicados..."; "Os prefeitos podem dividirem..."; Não! Um sujeito só leva um verbo para o plural. Outra de verbo: "Já 'tá tudo pronto p'ra mim fazer..."; "Deixa essa aí p'ra mim beber". Êêê... Atenção: o verbo no infinitivo exige pronome pessoal do caso reto. Mim não bebe; mim não faz. Eu, sim! Gente, Comunicação Social é um contexto muito amplo. Por ora, ficamos aqui. (et)
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