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AI-5\ Quem no Exército não se lembra?



    Putakirariu!!! (Desculpem-me a expressão, mas o caso é revoltante). Então, o general nem ao menos sabe o que foi o tão desastroso AI-5°? Ora, ministro! (Sim! Ele é ministro da Saúde). Não fica nem com a cara vermelha. Ridículo esse tratamento desdenhoso, como se a população fosse idiota e não soubesse distinguir uma brincadeira infantil enganosa de algo sério. Ah, não, general, fica melhor pegar o seu quepe de volta e buscar um lugar onde não precise mentir desavergonhadamente. Poupe-nos de (nem quero pensar mais quantas vezes) encarar outras investidas inverossímeis de igual porte ou mesmo de outro.
    Pois é, gente, o  ministro interino da Saúde, general do Exército Eduardo Pazuello, disse em entrevista à revista Veja que não sabe o que é o AI-5 (Ato Institucional nº 5), o mais duro golpe aplicado no Brasil pela ditadura militar de 1964, que suspendeu as garantias constitucionais de todos os cidadãos e adotou a tortura como instrumento auxiliar de domínio do regime pela força, após fechar os outros 2 Poderes da República, o Legislativo (Câmara dos Deputados e Senado Federal) e o Judiciário (Supremo Tribunal Federal), além de cassar os mandatos e prender todos os parlamentares contrários àquiela situação.
   Foi um pandemônio geral, com repercussões - em todo o mundo - contra e a favor daquele tresloucado gesto comandado pelo Exército (mas com apoio das outras Forças Armadas), e vem agora um general - abusando da paciência do povo brasileiro - dizer, sem um mínimo de constrangimento, que não sabe disso. Ah, não,  autoridade, poupe-nos! Lá no Exército, existem oficiais contrários ao golpe e estão quietinhos, em nome da disciplina. P'ra que um general procurar esconder uma realidade inesquecível e ainda bastante doída para muitos?
    E observem que Pazuello falava à jornalista da Veja não era nem sobre AI-5, mas sobre possibilidade de ameaça à democracia no país. Foi ele, por iniciativa própria, que entrou no tema e afirmou que nem sabia o que era aquilo. Ora, foi a prova de que sabia; ninguém havia perguntado a respeito. E mesmo que não tivesse sido assim, por que mostrar aquela ignorância? Teve medo de quê? Ah, general, bota a viola no saco e vá cantar noutra freguesia! Não queira continuar a puxar saco do presidente Jair Bolsonaro (ufa, vai passar). Deve é puxar os tantos oficiais nas chefias do Ministério da Saúde e seguir caminho.        (et)  




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