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Choque de Poderes: é muito delicado


   Well... O ponto de equilíbrio entre dois pesos e duas medidas é sempre muito difícil, especialmente se a questão envolve os Poderes da República e, também, o principal instrumento de intermediação do comportamento de todos - autoridades e população em geral -, que é a Carta de normas, princípios e diretrizes que regem essa República - a Constituição, no Brasil, promulgada em outubro\88. De início, fica perecendo um enorme exagero falar em 'dois pesos e duas medidas',  principalmente referindo-se aos Poderes da República e outras referências, mas vamos verificar que se trata de uma dura realidade.
    No caso aqui comentado, um ministro do Supremo Tribunal Federal - Poder Judiciário -, Gilmar Mendes, criticou as Forças Armadas brasileiras (sem citar nominalmente, porém, a Marinha nem a Aeronáutica) por estarem participando de "um genocídio" no país, porque 21 oficiais do Exército ocupam chefias no Ministério da Saúde, cujo titular interino é um general, e as ações ministeriais têm - diz ele -  "provocado um genocídio". Pois bem: isso gerou uma reação de revolta no meio militar, que pediu a retratação do ministro. Até quem, em princípio, manteve-se aparentemente neutro, o vice-presidente general Mourão, acabou também defendendo um reposicionamento de Gilmar Mendes junto as Forças Armadas.
    Muito bem: é preciso, no entanto, prestar muita atenção à crítica do ministro do Judiciário ao Executivo, em especial quanto à ocupação interina do Ministério DA SAÚDE por um general do Exército, há 60 dias, com resultado duvidoso. Gente, cabeça fria e pé no chão! É válido? Sim, claro! É comum? Não. Não é! Gilmar Mendes condenou as Forças Armadas? Não! Citou que é um desgaste nas Forças Armadas a posição do Exército. E é! Então, caros leitores, teria o ministro atingido a Constituição com sua crítica? Não, claro! 
    É, pois, válida a preocupação de Gilmar com um deslize do Poder Executivo? É, sim! Pode o chefe desse Poder, presidente Jair Bolsonaro (ufa, vai passar) vangloriar-se por ter um general e mais 21 oficiais comandando o Ministério da Saúde? Evidente que não! Seria interferência do Poder Judiciário um dos seus membros criticar uma pasta do Executivo? Também não! Falta, então, os militares chateados cumprirem a missão de compor o Gabinete de governo e exigir do presidente que mantenha a governabilidade do país.    (et)
    

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