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Weintraub\ Viagem estranha


Alguma coisa 'tá cheirando mal na cozinha do ex-ministro Weintraub, no mexido que ele 'tá fazendo com os ingredientes da sua saída do Ministério da Educação, inicialmente publicada no Diário Oficial da União (edição extra) de sábado\20 e retificada na edição desta terça\23. Realmente, foi estranho o ex-ministro já estar nos Estados Unidos (em Miami) quando saiu sua exoneração, e mais estranho ainda surgir a retificação da data nesta terça. A estranheza começa com um agradecimento dele, na 2ª feira, "a todos que me ajudaram a chegar em segurança aos EUA, seja aos que agiram diretamente (e foram dezenas de pessoas) ou aos que oram por mim". Ora, Abraão, quanta singeleza, hein!
   P'ra quem achava que Abraham Weintraub é um santo (e tem muita gente pensando assim, chegando até ao cúmulo de agredir outras pessoas que sabem a verdade - como eu próprio sou testemunha), eis a confissão dele, antes de viajar: "A prioridade total é que eu saia do País o quanto antes. Agora, é evitar que me prendam e me matem", disse à CNN Brasil. E o jornal O Estado de S. Paulo já havia publicado que apoiadores do ministro diziam nas redes sociais que ele tinha de fugir do país, para não ser preso por ordem do Supremo Tribunal Federal, que o está investigando em dois processos naquela corte.

   Com a publicação nesta 3ª feira, a exoneração de Weintraub foi corrigida para "a partir de 19 de junho de 2020". E essa errata veio depois de questionamentos devido a uma suposta colaboração de órgãos oficiais ao que teria sido u'a "fuga" do ex-ministro do país. Nesta 2ª feira, o Ministério Público que atua no Tribunal de Contas da União representou para que a Corte apure se houve participação irregular do Itamaraty nessa viagem de Weintraub.
   A questão é: teria ele usado a condição de ministro para driblar restrições de viagens de brasileiros em razão da covid-19?. O subprocurador Lucas Furtado acha que pode ter havido desvio de finalidade do Itamaraty e que a viagem não tinha caráter oficial, "o que lhe retira a finalidade pública" e, então, o passaporte diplomático não poderia ser utilizado. Outra: Furtado pediu ainda que o TCU apure se houve gasto de dinheiro público na viagem. "Se houve, os recursos foram indevidamente usados e devem ser ressarcidos ao erário", frisou. Mas, conforme o MEC, o ministro viajou em avião de carreira e pagou as despesas do próprio bolso. No entanto, o Ministério não apresentou documentos nesse sentido. 
   Essa celeuma toda é porque o presidente Jair Bolsonaro (ufa, vai passar) teria indicado o ministro judeu para ser diretor brasileiro no Banco Mundial. Entretanto, ainda está nisso, por enquanto. Nada de positivo! Então, ele não poderia nem alegar isso como razão da sua corrida p'ra 'Terra do Tio Sam'. Não se sabe ainda nem se o Banco Mundial vai aceitar como diretor uma pessoa que dirigiu um banco que quebrou. É possível, claro! Mas...   (et) 





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