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Bolsonaro: mais aglomerações


   Ele quer vencer pelo cansaço, né? Um dia depois de, mais uma vez, ignorar sugestões - tanto do próprio Ministério da Saúde como do Organização Mundial da Saúde - de ficar em casa e evitar aglomerações, o capitão Bolsonaro foi no sábado à cidade goiana de Águas Lindas (a 55 km de Brasília) e, após retirar a máscara de prevenção contra o coronavírus, juntou-se ao amontoado de gente que estava lá e distribuiu cumprimentos e abraços aos populares (chegou até a receber um beijo na mão), além de autografar uma camiseta de uma apoiadora. Tal atitude do presidente Bolsonaro (ufa, é Lei!) teve, conforme analistas políticos, "tom especial de provocação ao ministro da Saúde e ao governador de Goiás".
   São conhecidos os desencontros de opiniões entre o presidente e o ministro Luiz Henrique Mandetta, e o rompimento do governador Ronaldo Caiado com o presidente, pelas suas atitudes consideradas "irresponsáveis" (em ambos os casos, em relação às medidas de distanciamento social). Pois é: eles estavam lá, naquela visita a um hospital de campanha em construção na cidade, mas não acompanharam Bolsonaro na aproximação aos populares, ao contrário dos ministros da Secretaria de Governo e da Infraestrutura.

O ministro e o governador foram depois indagados por que não acompanharam Bolsonaro. Mandetta disse que, cumprindo o distanciamento social, procura "seguir uma lógica de não aglomeração", e repetiu: "As pessoas que fazem isso hoje, serão, daqui a pouco, as mesmas que vão lamentar". E Caiado, que é médico, reforçou a defesa que faz do isolamento social e reafirmou que mantém divergências sobre a política de combate ao coronavírus, frisando que "a discordância de como se trata o coronavírus é uma decisão pessoal. Eu sigo a ciência e o Ministério da Saúde. Sou contra a liberação do isolamento".

O posicionamento do presidente brasileiro já está sendo criticado do outro do mundo. Neste sábado, uma Ong de defesa dos direitos humanos, com sede na Grã-Bretanha, afirmou em relatório que Bolsonaro põe os brasileiros "em grave perigo", ao incitá-los a não seguir o distanciamento social para conter a transmissão da Covid-19. A entidade garante que ele "age irresponsavelmente, disseminando informações erradas sobre a pandemia". E lembra que, no Brasil, mais de mil pessoas já morreram contaminadas pelo coronavírus.
   No sábado, em Águas Lindas, quando o helicóptero do presidente Boçalnaro decolou, o ministro Mandetta foi ao encontro do governador Caiado batendo palmas.  O jornal Estado de S. Paulo informou que os dois (ambos filiados ao DEM) foram juntos p'ra Goiânia. P'ra completar a festa, faltaram os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara, Rodrigo Maia (ambos também filiados ao DEM). Partido pequeno mas forte, hein!   (et) 


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