É realmente estranha essa mania do homem de insistir em sair de casa e passear pela cidade, mostrando claramente que despreza a recomendação de isolamento social para evitar aglomeração de pessoas e, assim, evitar a propagação do covid-19, que já matou, em todo o mundo, em pouco mais de um mês, mais gente que a dengue em um ano. Ele sempre diz que essa prevenção contra o coronavírus é um exagero e que "essa gripezinha" não vai derrubá-lo. Sim, ô super-homem, e então a sua fortaleza vai proteger a todos, no Brasil, né? O seu passado de atleta no Exército, antes da reforma como capitão. vai estender a todos os cidadãos a sua supercapa protetora contra esse vírus vindo da China?
Pois é: o presidente (é Lei, pô!) Jair Bolsonaro ouviu, nesta sexta-feira da paixão, gritos de apoio e, também, panelaço em novo passeio por Brasília, em meio ao isolamento devido à pandemia de coronavírus. Ele estava acompanhado do ministro da Defesa, Fernando Azevedo, e foi ao Hospital das Forças Armadas, numa visita ao corpo clínico da unidade, e depois a uma farmácia no bairro Sudoeste (em frente ao HFA). Nessa parada fez fotos com pessoas da rua e acenou para moradores em cima do comércio. Respondendo a alguns jornalistas sobre sua ida ao hospital, foi até grosseiro (querendo ser engraçado), e disse que havia ido "tomar um sorvete", e, também, "fazer um teste de gravidez".
Depois dessa, respondendo a outra pergunta sobre se iria a algum outro lugar, Boçalnaro quis justificar alguma coisa, como se tivesse sido questionado sobre sua movimentação. E afirmou que tem "o direito de ir-e-vir" e que "ninguém vai tolher minha liberdade de ir e vir". Em seguida, antes de retornar ao Palácio, o presidente dirigiu-se a outra quadra, também no Sudoeste, em que, conforme vizinhos, no prédio visitado mora um filho dele que cursa Direito e que, amanhã (sábado da Aleluia), estará completando 22 anos de idade. Durante o passeio do capitão, muitos moradores do Sudoeste (bairro chic de Brasília) apareceram nas janelas e em frente aos prédios. Houve gritos de apoio e também panelaços, além de manifestações a favor e contra, como "fica, Bolsonaro" e "vai p'ra casa, Bolsonaro".
Em certo instante das manifestações, um bolsonarista gritava para que u'a manifestante contrária fosse p'ra Cuba ou p'ra Venezuela. E outra mulher, com um filho pequeno nos braços, aproximou-se do presidente e foi repreendida por um vizinho, que da sua janela gritou: "tira essa criança daí". Perguntado sobre tais manifestações, Boçalnaro não quis responder. E no início da semana, quando viveu uma crise com seu ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o presidente teve mais escapulidas de casa, contrariando o ministro com isso e com comentários sobre medicamentos a serem aplicados contra o vírus. (et)
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