O momento brasileiro foi analisado nesta 2ª feira, em São Paulo, pelo vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, na solenidade de comemoração dos 126 anos da Associação Comercial do Estado. Ele não citou o presidente Jair Bolsonaro (Ufa! Vai passar...), mas afirmou que se nada for feito no Brasil, de imediato, a começar pela reforma do Estado, o Governo não se sustentará nos próximos dois anos. E citou dois motivos: "Temos dois pilares básicos da economia abalados: o déficit nas contas públicas e a produtividade".
Hamilton Mourão disse que o país vem enfrentando, ao longo dos últimos anos, crises nos sistemas político, econômico e social, mas frisando que a crise econômica já vem sendo administrada ao longo das últimas 3 décadas. Ele acha que o déficit nas contas públicas "começou a ser sanado com a reforma previdenciária", mas veio a pandemia do coronavírus "e isso foi gasto". Para o general, é portanto urgente a reforma do Estado, "que é grande e gasta mal".
O vice-presidente entende que o Governo brasileiro precisa, nos próximos 2 anos, privatizar e equilibrar as contas públicas. Para isso - diz ele -, "é responsabilidade do nosso governo, em 2 anos, trabalhar para superar os obstáculos, fazer as privatizações que devem ser feitas e equilibrar as contas púbicas, para transmitir confiança aos investidores que planejam trazer recursos para o Brasil". Mourão criticou a grande perda de recursos "em gestões incompetentes e na corrupção, registrada ao longo da crise que vem sendo gestada nos últimos 30 anos".
O general manifestou um certo otimismo sobre projeções para o PIB brasileiro, e destacou: "Tenho a firme crença em que a queda do PIB será de 4,5%; ou seja: menos da metade dos prognósticos". Ele lamentou que, nos últimos dois anos, o Governo não avançou nas privatizações, e comentou que a produtividade brasileira é baixa por causa de "problemas de infraestrutura". Conforme Mourão, o Brasil "não tem dinheiro para infraestrutura e precisa atrair parceiro privado". Mas, pra isso, precisa ter "ambiente amigável e com segurança jurídica". Outra falha apontada por Mourão implica reforma constitucional. Para ele, a Constituição brasileira "não olhou o futuro e colocou muitos deveres ao governo". (et)
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