No Dia da Consciência Negra, comemorado no Brasil em 20 de novembro, o presidente Jair Bolsonaro (Ufa! Vai passar...) ignorou a morte do cidadão negro João Alberto Silveira Freitas (40 anos), espancado até morrer - em uma unidade do supermercado Carrefour de Porto Alegre - por agentes de segurança da loja, na noite de 5ª feira. Boçalnaro preferiu exibir um foto que Pelé lhe deu, mostrando uma camisa do Santos autografada por ele. E nem ao menos citou o cidadão brutalmente assassinado. que fazia compras.
Em princípio, até elogiável o presidente da República lembrar-se de Pelé no Dia da Consciência Negra, embora o próprio atleta nunca tenha feito nada - nem mesmo lembrado nada - que recordasse sua condição de negro. Pelé nunca falou nada contra o racismo no Brasil nem nunca se disse da raça. Mas, se a intenção do capitão comandante-em-chefe das Forças Armadas brasileiras era lembrar a condição de negro daquele jogador, paciência, né? Porém ficou uma lacuna entre homenagear Pelé e nem ao menos citar o assassinato de um cidadão massacrado a socos e pontapés num mercado que existe para fornecer alimentos e garantir a vida, e não semear a morte, em especial sendo um cidadão negro, no Dia da Consciência Negra. Ô, capitão, deixa de brincar de presidente. João Alberto era um pai de família!
Realmente, parece desnecessário o presidente da República (pô, e é...) falar algo sobre o episódio. Afinal, se ele deve fazer isso a cada execução do tipo... Sim, é verdade! Nesse caso, porém, a verdade vai um pouco além: o crime foi na véspera de um dia especial, quando todo o país já festejava tal especialidade, e aquela brutalidade teve odor e sabor de racismo. Se o capitão iria exibir a camisa de Pelé, ele se preparou na véspera e, então, poderia ter incluído o episódio. Deu tempo, pois a ministra dos Direitos Humanos e um ministro do STF falaram sobre aquele atentado.
Comentários
Postar um comentário