Olha: mesmo não sendo petista - e muito menos lulista - sou obrigado a reconhecer, como também deveriam ser todos que se interessam pelo bem-estar do brasileiro, que tem razão a vice-governadora do Piauí, Regina Souza, ao afirmar que "o Lula valorizou a agricultura familiar", e "o Brasil tinha uma política de abastecimento". Daí que - continua o acerto - o aumento no preço do arroz, ao nível em que está, "é fruto da incompetência do governo Bolsonaro", que tornou o produto "o novo rei do Brasil". Gente, não é só jogo de palavras. Claro que os produtores - excluída a agricultura familiar - aproveitou-se das incertezas do período da pandemia do coronavírus e, juntando-se ao interesse dos menos necessitados, segurou o arroz o quanto pôde até vencer a resistência do mercado.
O presidente Jair Bolsonaro (Ufa! Vai passar...) já disse - e repetiu - que apelou ao bom senso dos comerciantes, em nome do patriotismo de cada um, p'ra deixar o aumento de preços dos produtos alimentícios no mínimo possível e, assim, manter o poder de compra também dos trabalhadores menos favorecidos. Ora, presidente, parabéns pelo gesto! Mas os supermercados precisam de um minimum-minimorum p'ra manter os produtos à venda, já que a maioria dos itens que sobrecarregam os preços dependem muito mais de políticas governamentais de incentivos do que propriamente da iniciativa de cada empresa revendedora.
Mais uma vez: tem razão a vice-governadora piauiense! O país precisa de uma política de abastecimento; de uma política de custos e preços. Não é de uma tabela de controle de preços; pode ser um sistema automático de manutenção de preços, a partir da adoção de uma escala de custos de cada setor produtivo, de forma a que cada remarcação seja em nível de real reposição das necessidades. E é claro que esse sistema não ficaria sob controle da iniciativa privada nem, muito menos, de organismo oficial em que o interesse particular pudesse ter comando.
Fica aqui, pois, para um estudo sério de um organismo sério, uma sugestão que possa atender a proposta - pretensamente séria -, da vice-governadora do Piauí, de uma base de controle de custos e preços, especialmente na cadeia da alimentação humana, de modo a que um segmento mais forte não se sobreponha a outro e imponha um controle de preços em princípio inacessível a todos. (et)
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