Com mais de 500 signatários - entre empresários, banqueiros, autoridades econômicas e presidentes de entidades nacionais de representatividade -, uma carta ao presidente Jair Bolsonaro (Ufa! Vai passar...) cobra do Governo medidas de efetiva eficácia no combate à pandemia da covid-19 e, também, de efeito positivo contra desencontros de providências de caráter econômico, político e administrativo adotadas na gestão do capitão agora comandante-em-chefe das Forças Armadas brasileiras, que reluta assumir decisões próprias de Chefe de Estado e Chefe de Governo da República. E o Boçalnaro gostou da posição em que vive, usufruindo com prazer do luxo e conforto, tanto que - de há muito - se diz candidato à reeleição, tranquilo e sereno, confiante em que seu protegido na Câmara dos Deputados (o alagoano Arthur Lira) vai segurar os mais de 50 pedidos de impeachment lá protocolados.
O capitão tem sido pressionado pelo recorde de mortes e pela escassez de leitos de UTI, além da falta de medicamentos para entubação e de vacinas contra Covid-19. E ele disse nesta 3ª feira\23, em cadeia nacional de rádio e TV, que 2021 será "o ano da vacinação dos brasileiros". E frisou que "é incansável a luta contra o coronavírus". O pronunciamento foi veiculado no dia em que, em apenas 24 horas, 3.158 mortes pela doença foram registradas no país.
Na 5ª feira\25 à noite, na sua costumeira fala à imprensa, o Boçalnaro inovou: apresentou-se só e por pouco tempo (20 minutos), em meio ao agravamento da pandemia de Covid-19 no Brasil e à pressão do Congresso para exoneração do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Desta vez, na transmissão semanal, que costuma durar uma hora e ter sempre ao menos um convidado' para interagir com ele, o presidente estava só com a intérprete de sinais, e nenhum dos dois usava máscara. Boçalnaro tossiu sete vezes nos 20 minutos de transmissão, mas ele costuma dizer que sofre de refluxo.
Enquanto isso, o PDT movimentou-se na sua base e, na 6ª feira, apresentou notícia-crime ao Supremo Tribunal Federal, contra o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, por suposto abuso de autoridade e de poder, em pedidos de investigação sobre críticas ao presidente da Nação. Assinado pelo presidente e pelo vice-presidente da sigla, Carlos Lupi e Ciro Gomes, o pedido acusa o ministro de direcionar os trabalhos da Polícia Federal, subordinada ao seu Ministério, com o intuito de materializar interesses pessoais manifestados pelo próprio presidente da República.
Recentemente, o próprio Ciro virou alvo da PF pela suposta prática de crime contra a honra do presidente, após criticá-lo durante entrevista. O documento cita uma entrevista à Rádio Tupinambá, de Sobral (CE), em novembro do ano passado, na qual o ex-governador do Ceará afirmou que a população, ao não apoiar os candidatos de Bolsonaro, tinha em mente um sentimento de "repúdio ao bolsonarismo, à sua boçalidade, à sua incapacidade de administrar a economia do País e seu desrespeito à saúde pública". E também o chamou de "ladrão" e citou o caso de "rachadinhas" que envolveram seus filhos na Assembleia do Estado.
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