De quando em vez, a gente se lembra de uma coisa da infância - ou mesmo de muita coisa -, e tem muita gente que não é só de vez em quando, mas sempre; quase que diariamente, ou até em todos os dias. Depende muito do quanto o indivíduo esteja ou não mais ou menos dependente de algo que o marcou significativamente em outra época (geralmente infância, por ligações diretas ou indiretas a alguma coisa ou alguém em especial). E aí aquele sentimento vai deixá-lo mais ou menos ligado àquele episódio marcante, dentro dos parâmetros e/ou limites que sua memória vai conseguir puxar.
Pois bem: em um dos muitos momentos em que a gente brinca com os amigos, às vezes até fazendo piadinhas que para outros não têm graça, uma amiga citou u'a passagem interessante lembrando a má interpretação que se dá a uma antiga trova sobre a batatinha, aquela que diz: "Batatinha, quando nasce, esparrama pelo chão..." etc. É interessante atentar para este detalhe: estivesse correta essa interpretação, estaria faltando o complemento do verbo 'esparramar'. Sim, claro e lógico: a batatinha esparrama o quê? Ora, sem ligar p'ro erro, queríamos dizer que ela se esparramava a si própria.
Como nossos antepassados não iriam criar uma brincadeira infantil com tamanho erro, era claro que tinha havido má interpretação de alguém e nós "herdamos" o erro. Então, uma busca nos alfarrábios revelou que o correto mesmo era Batatinha, quando nasce, espalha rama pelo chão; mamãezinha, quando dorme, põe a mão no coração". Da mesma forma, muitas historinhas e paródias infantis foram desvirtuadas e, por muito, retransmitidas com significados errados e/ou trocados. (et)
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