Interessante! Aliás, absurdamente interessante! O teresinense orgulha-se de sua capital ter o apelido de Cidade Verde, pelo saudável volume de plantas e árvores que são a sua marca registrada. Mas, nos últimos dias, 'tá tudo verde, até mesmo (lamentavelmente) o rio que atravessa toda a cidade, de norte a sul, o Poty (registrado, porém, como Poti). É até um espetáculo bonito de se ver: aquela imensidão de canal - todo verdinho - cortando a cidade de note a sul, desde aquela curva por onde ele passa ao vir do Ceará até o seu encontro com o Parnaíba, no final da área urbana. Porém, lamentável por quê? Ora, exatamente porque, em toda essa área, ele está coberto pela planta aguapé (da espécie chamada macrófita aquática), cujo principal indicativo é de que a água do rio está contaminada; está doente.
Ô, minha Nossa Senhora, Ô meu Deus - dirão os moradores das áreas afetadas, rezando por um milagre que os livre dos males que, com certeza, serão transmitidos naquelas águas. Sim, claro! Com certeza, males virão! Aquela poluição é gerada por restos de esgotos sanitários jogados nas águas do Poty por irresponsáveis donos de casas às margens. E, pela extensão daquele enorme 'tapete verde' estendido sobre o rio, a poluição não é pontual; é geral. Ou seja: não adianta o dono fazer a sua casa num certo ponto da margem, pensando livrar-se de dejetos e lançá-los a partir dali. Já estão no ponto!
Outro item lamentável é que, historicamente, já se sabe que a situação será essa até que as chuvas voltem a cair com mais frequência e as macrófitas (aguapés e outras) sejam levadas pelas águas e os rios fiquem novamente limpos. Mais uma realidade lamentável é que, de modo geral, as autoridades não conseguem impedir o lançamento de dejetos nos rios. Quando ficam sabendo, já aconteceu. E quem se arrisca a garantir que os infratores serão obrigados a corrigir a fraude? Hein? Hein? Esperem sentados, leitores! Existe aí, nesse emaranhado burocrático, uma minoria que manda. Uma máfia!
Um professor da Universidade Federal do Piauí - Mestre em Biologia e Doutor em Botânica -, autor de uma coluna diária no portal Cidade Verde, escreveu na sua coluna que um rio com aguapés tem um significado muito simples: cidade sem tratamento de esgotos. Pois é: o prof. Dr. Francisco Soares sintetizou bem o real resultado disso. Admitindo que obras de saneamento são realmente muito caras, lembrou porém que vão evitar a proliferação de doenças comuns e outras mortais, que podem vir pela água ou por outros vetores que crescem na água. Em síntese, os esgotos em geral (residenciais, comerciais e, em especial, hospitalares) devem ser despejados longe do ser humano. (et)
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