Éééé... Até ontem parecia u'a coisa; hoje, outra. Apareceram outras coisas, e as antigas já ofereceram outras caras; outros significados. Ou seja: a situação já é outra. Agora, o aparentemente inocente senador de Roraima Chico Rodrigues (DEM) 'tá quase bandido. A Polícia Federal descobriu que u'a empresa lá do Estado, tida como 'próxima ao senador', é suspeita de superfaturamento em contratos para combate à pandemia do coronavírus, que teria vendido ao governo máscaras de proteção a um preço 26 vezes mais caro que o original.
Uma nota fiscal da Haiplan Construções, Comércio e Serviços Ltda. mostra que a empresa cobrou do Governo estadual R$ 879.219 por 16.434 máscaras (R$ 53,50 a unidade) e, no entanto, dias antes (17 de março), a mesma Haiplan havia pago R$ 1,45 por uma máscara. Ela comprou as mais de 16 mil de uma empresa do Rio Grande do Norte. A Haiplan é de propriedade de Júlio Ferreira Rodrigues, casado com a empresária Gilce Pinto. E uma conversa obtida pela PF, entre Chico Rodrigues e um servidor da Secretaria da Saúde, Francisvaldo Paixão, mostra o senador perguntando sobre um pagamento a uma pessoa chamada Gilce.
No inquérito que apura as irregularidades, a PF afirma: "Tudo indica que o senador estaria cobrando o pagamento da empresa Haiplan". Com base no diálogo entre Francisvaldo e o senador, "há fortes indícios de que o parlamentar teria grande influência no governo de Roraima", diz a PF. Paixão, que chamava Rodrigues de "chefe", delatou um esquema que, segundo ele, desviou recursos (de emendas parlamentares) destinados à Saúde de Roraima durante a pandemia.
(ontem) Well...Não saiu como eu imaginei, mas ficou parecido. O senador de Roraima Chico
Rodrigues (DEM) será julgado pelo Supremo Tribunal Federal nesta 4ª feira, se
terá seu mandato suspenso ou não por 90 dias - como propôs o ministro Roberto
Barroso -, mas ele próprio adiantou-se e se licenciou do Senado por l21 dias.
Nesse ínterim, assume seu filho (colocado na chapa como suplente, certamente
para imprevistos desse tipo) e ele permanece com o mandato. O STF pode até
aprovar a proposta do Ministro, p'ra não minimizá-lo, mas, legalmente, Chico não pode ser afastado da sua função de legislar e, então, será mantido.
Tudo
indicava que o desfecho seria resultado de um esforço do bloco 'Centrão', num
'espírito de corpo' p'ra evitar desgastes para o Parlamento e parlamentares. Aí,
Chico Rodrigues renunciaria, o filho assumiria e terminaria tudo bem. É de se
imaginar que o senador anteviu outra boa saída. Mas, de um jeito ou outro, ele
terá de responder ação na Justiça comum por ter pretendido esconder dinheiro na
bunda, que ele disse ser para pagar empregados e outras informações divulgadas
dão conta de ter sido desviado de projetos na área da Saúde no Estado.
O senador era vice-líder do Governo no Senado e amigo do presidente Jair Bolsonaro (Ufa! Vai passar...) desde que foram colegas na Câmara dos Deputados, época em que o próprio Boçalnaro disse que eles "quase viveram uma união estável". E, realmente, fontes palacianas confirmam que Chico era íntimo na casa. Só que tão logo o capitão soube que a PF havia surprendido o senador com R$ 33 mil na cueca - R$ 15 mil entre as nádegas -, já comunicou ao Senado que ele não era mais vice-lider do Governo; e procurou desligar-se de outros vínculos.
Pois é: em síntese, o "quase cônjuge" de Boçalnaro, que continua senador por Roraima, e ainda beneficiou o filho com um mandato de 3 meses no Senado mais as verbas a que tem direito por assumir (até os auxílios mudança e de moradia e outros penduricalhos), dificilmente será expulso do bloco 'Centrão' e, assim, continuará com prestígio no Governo. (et)
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