O 'presidente' Jair Bolsonaro (lamentável, mas é Lei) está realmente ultrapassando os limites do bom senso na questão do vírus covid-19, agredindo injustificadamente governadores e prefeitos, tratando-os como foras da lei comuns. Ora, ora, capitão, essa sua nova função, recebida em razão de um erro - comum quando uma parcela da população não tem sabedoria para identificar e se livrar de um grande mal e se deixa levar pela falácia enganosa dos donos do capital (como foi o seu caso) -, não o autoriza travestir-se de super homem e querer derrotar 'inimigos' como se fossem portadores de uma kriptonita especial achada numa caverna formada pela explosão de uma porção inflamável encontrada pelo gabinete paralelo recentemente formado no palácio pelos três filhos.
O poderoso presidente - chefe de Estado e chefe de Governo, também comandante-em-chefe das Forças Armadas brasileiras - disse nesta sexta-feira que os números anunciados pelo governador de São Paulo, João Dória, sobre o resultado do coronavírus no Estado, são um exagero, que até pode remeter a uma fraude. Nossa senhora da letra miúda! Isso é muito grave, capitão! O governador do maior e mais populoso Estado da federação está sendo chamado - pelo presidente da República Federativa do Brasil - de bandido. Não foi a toa que os governadores da Região Nordeste do país enviaram a ele, na 6ª feira, um manifesto pedindo respeito aos governantes estaduais, significando obviamente também os das outras regiões, e não só os do Nordeste. Pé no chão, Boçalnaro! Óia lá, hein!
"Está muito para São Paulo", frisou o presidente, que acrescentou: "É preciso ver o que 'tá acontecendo lá". E sentenciou: "Não pode ser um jogo de números para favorecer interesse político". As declarações foram ao apresentador José Luiz Datena, da TV Band, que ainda voltou a questionar se ele não acreditava nos dados, e ele insistiu: "Não 'tô acreditando nesses números". Antes, mas sem confirmar que se referia a São Paulo, o capitão que apoia a tortura e defende torturadores citou que parecia uma fraude. E contou que "teve um Estado aí que orientou que, em última análise, se não houver causa concreta do óbito, bota lá que foi coronavírus". Para ele, o estado pode estar fraudando a causa mortis de pessoas, para fazer uso político de números. Isso a gente não pode admitir".
No final da 6ª feira. ao chegar ao Palácio da Alvorada, Bolsonaro disse que estava analisando o decreto de São Paulo sobre o tema. Mas ele ficou irritado ao ser questionado por provas para embasar sua acusação. E foi agressivo com o repórter: "Ô, cara, você vê números, cara. Não vou mais responder a você". Pela manhã quando falava à Band, o presidente pôs em dúvida também os números de casos na Itália: "Nós temos informações do mundo todo de como as pessoas estão sendo tratadas. Inclusive, certos mitos estamos desfazendo, como o das mortes na Itália. A maioria das mortes não tem nada a ver com o coronavírus, nada a ver. São pessoas que estavam em uma região fria e todos com uma média de idade de 80 anos". E informou que teria uma reunião com o ministro da Saúde, Henrique Mandetta, para "pequeno redirecionamento no que está sendo feito até agora".
"Para nós, aqui no Brasil, pode ser que não seja tudo isso que aconteceu em alguns países", falou Bolsonaro, que voltou a chamar a Covid-19 de "gripezinha", como também voltou a estimular as pessoas a retornar ao trabalho, até indagando se "vamos quebrar o Brasil por causa do vírus?". Ele disse que "o Brasil tem de trabalhar", pois "o melhor remédio para qualquer doença é o trabalho". Por isso - continuou - "estamos tomando providências para que quem tem emprego vá trabalhar, porque, depois de perder, vai levar anos para conseguir de volta, e as consequências disso são enormes". (et)
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