- Em São Paulo\capital. e acho que no Brasil todo, todos devem usar máscaras p'ra se proteger da covid-19 e, também, devem evitar aglomerações, impedindo que alguma pessoa contaminada passe o vírus para outras. Quer dizer: quem desobedecer tais restrições deve ser autuado e multado. Ora, ora: e aquele imenso passeio de moto liderado pelo presidente Jair Bolsonaro (Ufa! Vai passar...), sábado, em quase 100 km da capital paulista? Evidente que não poderia ficar imune, claro! Afinal. ele e quase todo o restante dos motoqueiros não cumpriram o decreto que exige uso de máscaras na cidade, além de terem formado uma grandíssima aglomeração.
- É claro que autuá-lo e multá-lo era mesmo o mais correto. O Boçalnaro não é nenhum ser especial nem tem uma estrela protetora. Parece que ele pensa assim, né? Aliás, em termos de pensar errado é com ele mesmo. A motociata provocou o fechamento da pista central da Marginal do Tietê, principal artéria da cidade, e da Rodovia dos Bandeirantes, entre a capital e Jundiaí, no interior, em um trecho de pouco mais de 50 quilômetros, até retornar e acabar no Parque do Ibirapuera.
- Ao final da manifestação, o presidente fez um discurso de cunho eleitoral, em um caminhão de som, em que reforçou suas posições contrárias aos procedimentos recomendados por cientistas para evitar a proliferação do novo coronavírus. Ele aproveitou o ato para, também, fazer um desagravo ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, alvo de investigações no Supremo Tribunal Federal por suspeita de atuar a favor de madeireiros na Amazônia e por obstruir uma apuração da Polícia Federal que culminou na maior apreensão de madeira ilegal da história do País.
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- Bolsonaro voltou a contestar o uso de máscaras, criticou ações para garantir distanciamento social e fez nova defesa do "tratamento precoce" contra a covid-19 com uso de cloroquina - apontado como ineficaz pela comunidade científica. O presidente esteve sem máscara durante todo o ato e foi multado pelo governo de São Paulo por este motivo. Os deputados federais Eduardo Bolsonaro e Carla Zambelli (ambos PSL-SP), e os ministros da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, e da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, também.
- Tarcísio discursou na manifestação, e foi aclamado pelo público como "governador". Ele é tido como possível candidato do presidente ao Palácio dos Bandeirantes no ano que vem.
- Os motociclistas que acompanharam o presidente, vindo especialmente de moto clubes da capital, do interior de São Paulo e dos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná, estavam em um número suficiente para circular o complexo do Anhembi, na zona norte, onde ocorreu a concentração, em uma fila de 5 quilômetros de extensão. Segundo a Polícia Militar, 12 mil motociclistas participaram do ato. Muitos deles portavam bandeiras do Brasil e não usavam máscaras. No Ibirapuera, havia ainda faixas contra o Supremo Tribunal Federal, a favor do "voto impresso auditável" e pedindo "intervenção militar".
- ‘Excelente trabalho’. Salles permaneceu no carro de som ao lado do presidente. "O Ministério do Meio Ambiente era aparelhado e (Salles) fez um excelente trabalho", afirmou Bolsonaro. O ministro discursou por cerca de um minuto, e repetiu o slogan do presidente "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos".
- Ao agradecer os motociclistas pela motociata, Bolsonaro voltou a comentar um benefício já prometido para a categoria, de isenção de tarifas de pedágios em novas concessões rodoviárias executadas pelo governo.
- Ele participou do evento vestindo um colete do representante de uma associação de proprietários de motocicletas Harley Davidson do Espírito Santo durante a visita ao Estado anteontem. "Acho que ele ficou satisfeito", disse Marcus Fly, que não viajou a São Paulo para acompanhar o evento.
- Capacete. Durante o trajeto de moto, Bolsonaro utilizou um capacete do tipo coquinho, que não protege o maxilar nem possui viseira. O uso desse equipamento é proibido pela Resolução 453/2013 do Conselho Nacional de Trânsito. É considerado uma infração grave, sujeita a multa.
- A Polícia Militar registrou ao menos um acidente no comboio, no km 30 da Rodovia dos Bandeirantes. Imagens da Band News mostram o momento em que motociclistas caem. As vítimas não sofreram ferimentos graves.
- O presidente uniu uma série de posições negacionistas de seus aliados em um único discurso, que buscou apresentar uma versão diferente da que o Brasil é um dos lugares com mais mortes por covid-19 no mundo. Até agora, 482 mil pessoas já morreram por causa do coronavírus no País.
- Essa junção de teses afirma que o número de mortes no Brasil é superestimado e, caso fosse correto, o País teria menos mortes por 100 mil habitantes do que em outros países. Esse número menor seria resultado do tratamento precoce com uso de cloroquina defendido por ele e seus aliados. O discurso durou 28 minutos.
- "O documento produzido pelo Tribunal de Contas União (TCU) que, apesar de não ser conclusivo, é bastante objetivo. O critério usado para governadores buscarem recursos era o número de óbitos por covid. Houve sim, pelo que tudo indica, a super notificação de casos de covid", afirmou. "Quem aqui nunca ouviu de pessoas que reclamaram que seu ente querido faleceu de outra doença, e que colocaram como covid?", questionou.
- O documento do TCU que fala de super notificação, citado pelo presidente, foi questionado pelo órgão, que apura a conduta do servidor que produziu o documento.
- Bolsonaro voltou ainda a criticar o uso de máscaras. "Eu propus ao ministro da Saúde que estude a possibilidade, levando-se em conta a ciência, de podemos ou não sugerir a não obrigatoriedade de máscaras para quem já contraiu o vírus ou já foi vacinado", disse o presidente. "O vacinado não tem como transmitir o vírus", disse o presidente (na verdade, mesmo quem já tomou a segunda dose pode ser infectado e transmitir a doença, mas tem reduzida as chances de precisar de internação e morrer).
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