'Taí: p'ra quem ainda tinha dúvida, acabou! O presidente Jair Bolsonaro (aahhh, é Lei...) até pode não ser protetor de miliciano(s) fora(s) da lei, mas seus protegidos no governo o são, né, ex-juiz Sérgio Moro? Pois é: matéria publicada hoje (31/01), pela Folhapress, informa que o Ministério da Justiça e da Segurança Pública - dado a Moro por fazer o jogo de carta marcada da Lavajato, prender o petista Lula e afastá-lo da disputa pela Presidência do país - não incluiu o nome do ex-capitão PM Adriano da Nóbrega entre os investigados em denúncias de práticas criminosas e de participação em milícias no Estado do Rio, foragido há mais de um ano. Ele também é citado na investigação de "rachadinhas" no gabinete do ex-deputado (hoje senador) Flávio Bolsonaro.
Conforme o Ministério Público federal, contas bancárias controladas por Adriano foram usadas para abastecer Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio, suposto operador do esquema no gabinete do filho do presidente Bolsonaro, de quem Queiroz é amigo. Consta até que, inclusive, Adriano teve duas parentes nomeadas naquele gabinete do hoje senador. E, ainda, mensagens interceptadas com autorização judicial mostram que ele discutiu a exoneração da sua mulher. E mais: o ex-capitão foi até defendido pelo então deputado Jair Bolsonaro, na Câmara dos Deputados, em 2005, quando foi condenado por um homicídio. Depois, ele foi absolvido em novo julgamento. Mas, enquanto estava preso preventivamente pelo crime, foi condecorado por Flávio com a Medalha Tiradentes.
O ministro Sérgio Moro divulgou a lista - sem o acusado - na sua rede social, informando ter sido feita "com critérios técnicos e consultas aos Estados", sendo "a lista dos criminosos mais procurados" do país, p'ra "ajudar na captura" deles e "seguindo orientação do PR @jairbolsonaro" (o presidente da República), com termos firmes contra o crime organizado". O Ministério informou que o ex-capitão "não foi incluído porque as acusações contra ele não possuem caráter interestadual, requisito essencial para figurar no banco de criminosos de caráter nacional". De fato, 25 dos 27 que compõem a lista são apresentados pelo ministro como de atuação regional ou nacional.
Conforme a Folhapress, "não é a primeira vez que o ex-PM fica fora de uma lista de foragidos". Ele ficou meses fora do programa "Procurados, do Disque-Denúncia, que oferece recompensa pela informação de criminosos", e sua inclusão só ocorreu depois de o jornal Folha de S.Paulo apontar a ausência. Adriano da Nóbrega é investigado por participação em diversos homicídios no Rio de Janeiro, suspeito de ser sócio no jogo de máquinas caça-níqueis e é chamado de "patrão" por integrantes da milícia de Rio das Pedras, a mais antiga e estruturada do Estado do Rio. Ele está foragido desde janeiro de 2019, quando foi deflagrada a Operação Os Intocáveis.
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