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Xingó ficaria a dever...

   Simplesmente maravilhoso! Uma obra de arte de u'a mão caprichosa e indiferente ao temor do ser humano (que cada um chame como quiser). P'ra mim, um capricho da natureza, em que é patente uma característica importante: não foi projetado, aquele imenso conjunto de detalhes geológicos, aparentemente perigoso em cada ponta de rocha que se imagina iminentemente próxima de cair numa cabeça. Tudo muito bonito e esplendoroso, apesar do perigo de uma iminente catástrofe!
   A beleza do canion do Rio Poti, no nordeste do Estado do Piauí, a partir do município de Castelo, deixaria a dever o canion do Xingó, no Rio São Francisco (divisa Alagoas\Sergipe), se toda essa beleza pudesse ser medida numa ampla escala de "desarranjo geológico" natural, avaliadas todas  as variações diretas e indiretas do fenômeno, se porventura fosse possível valorar tais variantes.
   Um fator fundamental para a precariedade da visita ao canion do Poti é a falta de infraestrutura em todo o trajeto até o rio,  desde que se deixa a rodovia federal BR-343 (na cidade de Campo Maior) até o barquinho que faz o passeio. É um completo show de improvisos e imprevistos, até mesmo a falta de papel higiênico nos sanitários do hotel que presta apoio aos viajantes, na  cidade de Castelo. Apenas um detalhe foge ao  amontoado de precariedades: a boa qualidade da galinha ao molho servida no almoço, após o passeio, na sede de uma fazenda cujo proprietário mora no Ceará. Mais uma 'volta por cima' da agência de turismo da Tereza Val, que fez o possível para agradar.
  
    Por uma feliz manobra dela, o nosso grupo (coeso e unido por outras atividades anteriores) contou com apoio do dono do hotel mesmo no próprio barquinho, desde a chegada na margem do Poti até a acomodação no barco, após uma escada de madeira de mais de cem degraus e sem corrimão (feita por ele e cuja falha prometeu corrigir). Pois bem! Tudo isso depois de mais de duas horas em uma estrada não pavimentada, com muita piçarra, cujo percurso parece impossível em período chuvoso. Por isso, um axé pra quem se arrisca nessa aventura por conta própria, sem qualquer ajuda do Governo.
   Aquela estrutura representa uma mina de ouro para o turismo (que o diga o dono do hotel), sem qualquer infraestrutura governamental, mínima que fosse (PPP, por exemplo), para incentivar iniciativas de empresas voltadas para o bem-estar individual. E também - ou principalmente - p'ra um profundo estudo de preservação ambiental e manutenção de um meio ambiente produtivo e sadio.
   Primeiramente, é praticamente impossível a tese de que aquela estrutura seja resultado de uma ação hídrica; de uma reviravolta das águas do Poti. Se o rio nasce (no Ceará) muito abaixo das rochas em cujas fendas corre no Piauí, como poderia ele ter subido 300-500 metros, cortar tais rochas e hoje correr perigosamente lá embaixo? Ora, ora, gente: será que não se pode atualmente, com tantas e tantas técnicas e artifícios científicos, apurar se não seria resultado de um forte terremoto? Se já se provou terem sido outros resultados de peripécias geológicas naturais, por que não esse?
   E por que não há interesse em se avaliar isso? Será que, no Piauí, uma grande descoberta não teria a devida importância só porque não é um centro tecnológico de interesse do capital internacional? E a chamada 'Pedra do Castelo', com todos os seus mistérios, não é também algo interessante? Por que, aparentemente, não interessa pesquisar os mais de 30 sítios arqueológicos nas proximidades dessa pedra? Gente, o Piauí guarda tesouros importantes. E, no entanto, só temos a lamentar que nem o Governo federal nem o estadual se despertem para isso. É lastimável!!!
   
 

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